segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Dragão e os três mosqueteiros


(Por Belisa Monteiro)

Por mais que exista todo um planejamento nos bastidores do futebol, os imprevistos, as surpresas e os duelos acontecem realmente nos 90 minutos de jogo e, vale ressaltar, nos acréscimos também. Nesse Goianão, em especial, os minutos finais causaram alegrias e reações atônitas nas arquibancadas.  Torcedor não respira aliviado enquanto o juiz não apita oficialmente o fim de jogo. E os corações de duas torcidas neste sábado palpitaram um pouco mais forte. 
De um lado, o Vila Nova até então invicto no campeonato goiano. Na frente, Hélio dos Anjos, o técnico que elevou a auto-estima do grupo. As vitórias embalaram o time e trouxeram uma nova esperança ao torcedor. De outro, o Atlético Clube Goianiense agora líder isolado no campeonato com 18 pontos. Após  a derrota no clássico contra o Goiás  no último final de semana, a equipe não se deixou abater pela novela "Procurando Robston" e assumiu uma postura mais infante no jogo que foi decisivo para arrematar, por enquanto, a liderança no Goianão.
Neste sábado entraram em cena três mosqueteiros: os volantes [e valentes] Agenor, Pituca e Ramalho que atropelaram a performance do Tigrão. A torcida do Vila, pelo visto, queria uns minutinhos a mais para sair pelo menos com um empate. Apesar dos lances duvidosos, como o impedimento de Marcão quando o Atlético abriu o placar e de que o pênalti a favor do Vila não foi pênalti de fato, não foi dessa vez que as garras coloradas puderam rasgar um histórico de oito anos de derrotas diante do Atlético.
 O futebol é mesmo uma montanha russa. Uma hora as coisas desandam, depois retornam ao ápice, desabam de vez, voltam ao normal e assim a vida segue.  O D’Artagnan colorado, o atacante Roni, estava isolado no ataque.  A reação do Vila no segundo tempo , que acalorou os gritos da torcida não foi suficiente para conter a inspiração e transpiração da equipe rubro-negra. 
Pensando bem, se levado a sério, o brado "um por todos e todos por um" pode fazer toda diferença em um jogo de futebol. O que seria de D´Artagnan sem seus mosqueteiros e vice-versa. Afinal, ataque nenhum consegue trabalhar sozinho. Futebol é trabalho conjunto. E ter na equipe volantes de qualidade que, além de conter as ofensivas de bola, possam criar e articular jogadas é uma alternativa que faz toda diferença nos 90 minutos (mais acréscimos).  O talento, a transpiração, a força de vontade e a personalidade em campo são fatores decisivos para arrematar a partida com o clássico, sucinto e objetivo xeque-mate.